Educação de Qualidade

Revista VB | Ed. 272 | Setembro 2023

Em 22 anos de Gestão Integrada da Educação, a sigla conhecida como Gide, que tem como berço a Fundação da Gide (FDG), pelo empenho da professora Maria Helena Pádua Coelho de Godoy, já beneficiou oito milhões de alunos por meio da qualificação de 650 mil docentes de 7,6 mil escolas de 12 estados da federação. Essa conta, resultado da metodologia de gestão moderna aplicada ao meio educacional, reverbera diretamente no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), elevando o grau de desempenho das instituições onde foi aplicada.

Apesar dos números animadores da Gide, a pedagoga especializada em gestão educacional, Maria Helena Godoy, acredita que há um longo caminho a percorrer para garantir uma educação de qualidade para os brasileiros em um país de enorme desigualdade social e de dimensões continentais. “A educação de qualidade, numa visão gerencial, precisa promover a formação integral de seus alunos (aquisição das competências cognitivas e socioemocionais) e ter essa conquista traduzida em resultados de indicadores quantitativos internos e externos, a exemplo do Ideb”, endossa a educadora.

Mas, não só, observa a, também, orientadora técnica da Fundação da Gide e professora, Maria Helena. No alto de sua vasta experiência, ela faz um alerta: “Ao cabo de mais de duas décadas levando conhecimento gerencial para redes municipais e estaduais do país, permito-me afirmar que a lacuna deixada pelo não acesso à gestão vinculada à realidade da escola gera ações inadequadas com o objetivo de atingir metas de desempenho: trabalhar no achismo, em tentativas em erros, são as mais frequentes. Em outras palavras, não basta saber o que fazer, é preciso saber o como fazer, o caminho a ser trilhado para que esses resultados apareçam”, adverte

Capacitação de de profissionais das 47 Superintendências Regionais de Ensino
de Minas Gerais: gestão impacta diretamente no desempenho das escolas

A pandemia do coronavírus impôs outras dificuldades para somar-se as que já existem. “Focamos inicialmente na perda representativa de alunos que não retornaram às salas de aula. Segundo a Unicef, dois milhões de crianças e jovens deixaram de estudar no Brasil . Sabe-se que as escolas, de modo geral, estão se mobilizando na busca ativa, com foco no retorno desses alunos às salas de aula”, aponta Maria Helena.

Por outro lado, observa, há uma lacuna digna de atenção, que diz respeito a um déficit na aquisição de competências cognitivas e sócioemocionais naquele contingente de alunos que retornou à escola. “Recomposição da aprendizagem é o termo usado para o nivelamento de alunos. Todos os estados e municípios estão empenhados nestas tarefas. Nesse contexto, a gestão busca os fatos e dados para poder planejar corretamente; em seguida, foca na obtenção dos resultados que devem ser obtidos”, acentua.

Outra questão preocupante no âmbito da gestão educacional é a violência na sala de aula. “Trata-se de uma realidade preocupante dos nossos tempos. Vem sendo trabalhada explicitamente com práticas de sucesso altamente eficazes como o pacto de convivência entre alunos e professores. Evidentemente, no nosso projeto, as ocorrências vinculadas à violência precisam ser medidas periodicamente. Afinal, quem não mede, não gerencia”, diz

Outro desafio que ficou bastante evidenciado na pandemia é o fato de que o Brasil ainda tem muito a desenvolver para criar conectividade através dos meios digitais no sistema de ensino público. “Entretanto, estamos vivendo um momento em que países desenvolvidos optaram por voltar à cultura dos livros didáticos, relegando as telas a um segundo plano: Suécia e Finlândia estão nesse grupo. Merece atenção também o posicionamento da Organização Mundial da Saúde que orienta para o limite de horas que o aluno, a depender da idade, deve ficar em contato com as telas”, retrata.

Vale dizer que, atualmente, são cerca de 1,1 mil escolas parceiras da Gide. Dentre elas, 900, só na rede estadual de Minas. “Temos um convênio com a Anglo American para implementar a Gide em cinco municípios onde a empresa atua. Estamos também levando a Gide para os municípios de Nova Lima, Congonhas, Três Corações e Medina. Os resultados parciais são muito relevantes”, conta a professora Maria Helena Godoy, que possui 15 obras publicadas sobre o tema gestão na educação. 

Vale dizer que, atualmente, são cerca de 1,1 mil escolas parceiras da Gide. Dentre elas, 900, só na rede estadual de Minas. “Temos um convênio com a Anglo American para implementar a Gide em cinco municípios onde a empresa atua. Estamos também levando a Gide para os municípios de Nova Lima, Congonhas, Três Corações e Medina. Os resultados parciais são muito relevantes”, conta a professora Maria Helena Godoy, que possui 15 obras publicadas sobre o tema gestão na educação.

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