Atingimos completa exaustão

Por José Martins de Godoy

Não há condições de o país crescer para atender às necessidades de desenvolvimento social da nação, principalmente para que muitas pessoas hoje ociosas se tornem economicamente ativas. Dois fatores extremamente importantes são negligenciados, educação e infraestrutura, tomados como exemplos, embora a situação da segurança pública e saúde seja também dramática, além de outros itens.

Participei há dias de um grande evento sobre educação. Todos foram unânimes em afirmar que a educação é fundamental para o desenvolvimento. Mas não vejo atuação da maioria dos dirigentes, nos vários níveis, no sentido de priorizar a melhoria dos resultados. Não existe esforço gerencial para garantir o aprendizado. As avaliações do Pisa e PIRLS atestam a nossa fragilidade. E é tão fácil operar melhorias. Basta focar nos fins, medir os resultados, propor metas de melhoria, descobrir as causas fundamentais (poucas, segundo o Princípio de Pareto) que impedem a obtenção de melhores resultados. Basta, então, bloqueá-las, de forma metódica e sistemática. Com o método gerencial Gestão Integrada da Educação (Gide), idealizado pela professora Maria Helena Godoy, temos obtido resultados excepcionais.

Com relação à infraestrutura, temos a exaustão completa de nossas rodovias. Fiz recentemente viagens pelas BRs 262 e 381. Na BR262 há muitos trechos com pista simples, sem sinalização, muitos buracos e tráfego intenso de carretas. De Araxá a Belo Horizonte gastamos 10 horas. A BR-381, denominada rodovia da morte, é uma catástrofe: buracos, barreiras das últimas chuvas não removidas, desvios, trechos com pista simples sem acostamento. Gastamos 9 horas de Governador Valadares a Belo Horizonte. O número de carretas é assustador, indicando que a produção do país é maciçamente transportada por caminhões. Os custos de transporte são elevados, pois veículos de alta tonelagem trafegam a velocidade média de 20 km/h, numa fila interminável. O país está exaurido. Trafegar por essas rodovias é uma temeridade. Inexplicável é o país financiar obras de infraestrutura a outros países!

Revista Viver Brasil – Edição 271

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