Um indicador para melhoria dos resultados educacionais

Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social (IFC/RS)

Em seu artigo publicado no Jornal O Tempo, a Profª Maria Helena explica como o Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social (IFC/RS), principal indicador utilizado no Sistema GIDE Avançada, atua na promoção de melhorias significativas dos resultados finalísticos, que já foram alcançados em milhares de escolas do País.

Confira a íntegra.

Com o objetivo de construir um indicador simples, consistente, objetivo e sistêmico que, bem aplicado, pudesse nortear as ações gerenciais da escola, e alterar positivamente seus resultados com celeridade e eficiência, nasceu o Índice de Formação de Cidadania e Responsabilidade Social (IFC/RS).

Uma curiosidade constatada nesse processo merece ser destacada para os leitores: a afirmativa tão mencionada de que a educação tem inúmeros problemas não procede! Gerencialmente falando, poucos são os problemas na educação e estão localizados apenas nos resultados da atividade fim, processo ensino aprendizagem. São exemplos: baixa taxa de aprovação, aprovação com resultados medianos, alta evasão dos alunos e Ideb aquém das metas estabelecidas.

Como o conhecimento gerencial ainda é muito embrionário na área educacional, é comum os gestores confundirem fins e meios. A prova disso é que, se perguntados quais são os problemas da sua escola, as respostas quase sempre serão: falta de uma quadra coberta, falta de um portão eletrônico, de computadores, de uma biblioteca mais completa ou algo nessa linha. Na verdade, esses itens mencionados não são problemas e sim meios que podem ou não influenciar os resultados, dependendo do impacto gerado.

São várias – e aí procede – as causas (ou meios) dos maus resultados. Surpreendentemente, as causas levantadas em escolas, de posições geográficas as mais diversas do país, são simples e vinculadas à rotina da escola e, na sua maioria, não demandam recursos para saná-las. Atratividade das aulas, participação da família, lotação completa do quadro de professores, frequência de professores e alunos, realização de atividades extraclasse são exemplos frequentemente apontados. Já na vertente ambiental, destacam-se a limpeza e organização dos ambientes escolares e domésticos, prevenção ao uso de drogas e ao bullying, cuidados com a saúde, como alimentação saudável e práticas de esporte.

Distinguir fins e meios, portanto, coloca o gestor numa condição de superioridade. Esse gestor, sem ônus para a escola ou com pequenos recursos financeiros, pode alterar seus resultados pedagógicos, atividade fim, de forma exemplar. Em contrapartida, investimentos financeiros representativos realizados aleatoriamente, no achismo, sem foco gerencial, representam, na maioria dos casos, desperdício de recursos, sem alteração positiva em termos de resultados da aprendizagem.

Ver o problema de forma distorcida e equivocada tem gerado uma sensação de impotência, desencadeando uma imobilidade total:

– É impossível solucionar o problema, dizem alguns desses gestores;

– Vamos deixar como está … respondem outros;

– A educação é assim mesmo! Concluem muitos.

O IFC/RS é a prova de que é possível medir os resultados finalísticos, identificar onde intervir (causas evidenciadas no diagnóstico) e com foco nas metas definidas, elaborar um plano de ação robusto para contra-atacar as referidas causas. Na sequência, deve-se implementar o plano como concebido, registrar as práticas de sucesso e/ou tomar ações corretivas, se necessário. Vale destacar que 1009 escolas do ensino fundamental da rede estadual mineira aplicaram, com algumas adaptações o IFC/RS, logrando, inclusive em tempos de educação remota, resultados auspiciosos.

Já aplicado também com muito sucesso em outras redes públicas educacionais, a exemplo do Estado do Rio de Janeiro e da cidade de Manaus, esse indicador possibilitou um diagnóstico rápido, retratando com precisão, onde intervir para reverter resultados indesejáveis. Redes particulares que aplicaram o indicador atestam também melhorias significativas em seus resultados finalísticos e presteza nesse processo.

Pode-se afirmar que os ganhos de economia de tempo e talento dos gestores envolvidos merecem ser destacados, uma vez que as causas já estão elencadas no indicador, bastando que a escola insira seus dados. Faróis vermelhos, amarelos ou verdes serão automaticamente apresentados, sinalizando intervenção imediata, ponto de atenção ou manutenção de práticas adotadas.

Concluindo, não é demais afirmar que o IFC/RS, bem aplicado, tem alterado vidas por meio dos ótimos resultados obtidos!

* O IFC/RS foi publicado por Maria Helena Pádua Coelho de Godoy e Neusa Maria Dias Chaves, em 2007.

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